quinta-feira, 8 de abril de 2010

Enxaqueca: entenda a dor e saiba como aliviá-la


Quando a enxaqueca chega, é você quem sai de cena. Qualquer pequena luminosidade é como um canhão de luz apontado direto para os olhos. Dirigir e ler são tarefas praticamente impossíveis e em casos mais graves até mesmo falar fica complicado.

“Não consigo raciocinar ou trabalhar. Tenho de parar o que estou fazendo para deitar e fechar os olhos. Nas crises fortes não consigo comer e tenho vontade de vomitar. Só saio do quarto escuro para isso. Quando ela vem, me torno refém dela”, relata a assessora de comunicação corporativa Milena Prado, 24 anos, que sofre com a enxaqueca desde os 12.

Apesar da dor intensa, a enxaqueca não é considerada perigosa, desde que excluída a chance de ser um sintoma de alguma outra doença grave. “A dor pode ser sinal de um tumor ou de um sangramento intra-cerebral, por exemplo. Mas, feitos todos os exames e afastadas essas possibilidades, essa condição deve ser tratada sem muito alarde”, afirma Antonio Lúcio Teixeira Junior, coordenador do ambulatório de cefaléia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Para Mario Peres, neurologista especialista em cefaléia e professor do departamento de neurologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a enxaqueca pode ser considerada perigosa no sentido de diminuir a qualidade de vida daqueles que a têm. No entanto, segundo a Academia Americana de Neurologia, pessoas com enxaqueca têm maior chance de apresentar fatores de risco vascular como hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto.

Estudos recentes também demonstraram que pessoas com o caso mais grave da enxaqueca, a aural, têm quatro vezes mais chances de ter um acidente vascular cerebral (AVC) ou uma isquemia do que quem não tem o problema.

Estágios

Em seu livro “Dor de cabeça: o que ela quer com você?”, o neurologista Mário Peres descreve as quatro fases da enxaqueca: o pródomo, a aura, a dor e a resolução. No primeiro aparecem alguns sintomas que prevêem a chegada do problema como sonolência, irritabilidade, bocejos e vontade de comer doces. Eles podem aparecer até 24 horas antes da crise.

Na fase seguinte, a aura é como um aviso de que a dor está se aproximando. Ela precede a enxaqueca e pode ser acompanhada de flashes ou turvamento da visão e alteração da sensibilidade e da fala. É bom dizer que nem todos vivenciam esta fase. Em seguida, vem a dor, parte mais crítica da crise. Nessa fase, a pessoa precisa de silêncio, um quarto escuro e medicação – se tiver prescrição do neurologista.

“É preciso tomar cuidado com o abuso de analgésicos, pois eles interferem nos mecanismos centrais da dor e, a longo prazo, podem levar a uma situação mais intensa”, avisa Teixeira Junior.

“Minha dor começa aos poucos, com pontadas na nuca ou na testa ao mexer a cabeça. Daí é questão de horas”, conta Milena – ela já teve crises que duraram dias.

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